A Inovação Começa em Nós

Perspectivas em Movimento!

Desde sempre, nós, humanos, temos sido movidos pela descoberta, experimentação, superação e aprendizado para evolução. Hoje, paradoxalmente, vivemos um momento de abundância de recursos, informação, tecnologia, opções quase infinitas de caminhos e possibilidades. Mas nunca tivemos tanto acesso a recursos e, simultaneamente, nunca estivemos tão limitados em nossa capacidade de escutar, questionar, pensar e refletir para enfrentar os grandes desafios da humanidade.

Tenho mergulhado cada vez mais na ideia de que, antes de sair por aí quebrando paradigmas e construindo novas tecnologias disruptivas, modelos econômicos escaláveis e uma nova forma de digitalizar nossas relações, é vital nos forçarmos deliberadamente a entrar em um processo de “self innovation” (auto-inovação) — uma renovação individual consciente que vai muito além do simples acúmulo de conhecimento. Semana passada, Gabi Reis, minha guru para todo e qualquer assunto relacionado a Impacto Social e ESG, me disse algo que não sai da minha cabeça: “Rachel, precisamos evoluir da lógica do saber para o sentir”. Somente sentindo seremos capazes de entender a dimensão dos problemas atuais e, então, propor soluções que realmente fazem sentido e funcionam. Esta filosofia propõe uma transformação profunda na maneira como aprendemos, pensamos e criamos soluções nos âmbitos individual, organizacional e social.

O “self innovation” não é só mais uma ferramenta de desenvolvimento pessoal. É uma mudança radical de paradigma que nos convida a assumir o protagonismo da nossa própria evolução. Por meio dela, desenvolvemos não apenas novas habilidades e competências, mas principalmente novos modelos mentais que nos permitirão enxergar além das limitações atuais.

Quando nos dedicamos ao “self innovation”, geramos um efeito multiplicador que vai muito além do pessoal. Líderes que o praticam estão mais preparados para governar com justiça e visão de longo prazo. Gestores que abraçam este conceito conseguem equilibrar melhor as demandas de curto prazo com a construção de futuro(s). E sim, uso futuro com “s” porque nunca existirá um único futuro para todos nós.

Este processo de transformação individual tem o poder de revolucionar nossas organizações. Uma empresa liderada por pessoas comprometidas com sua própria evolução naturalmente encontra o equilíbrio entre resultados imediatos e sustentabilidade de longo prazo. São essas organizações que conseguem criar valor genuíno para todos os seus stakeholders, não apenas para seus acionistas.

Com tanta falta de bom senso, baixa capacidade crítica e até mesmo preguiça de se mexer que vejo por aí, precisamos pensar em uma reinvenção profunda de quem somos e como atuamos no mundo. O “self innovation” nos oferece um caminho para resgatar nossa capacidade questionadora, criativa e nossa potência transformadora.

É hora de nos comprometermos com este processo de evolução contínua, abrindo caminhos para soluções que beneficiem não apenas a nós mesmos, mas todo o ecossistema do qual fazemos parte.

A verdadeira inovação, aquela capaz de resolver os grandes desafios de nossa era, começa dentro de cada um de nós.

Rachel Horta é CEO da Maisha e apaixonada por inovação e transformação.

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Pensamentos que nos provocam